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quarta-feira, 22 de junho de 2011

GAZETA DO POVO, 20/04/2010

História

Homenageado, Tiradentes é esquecido pela população

Nas ruas, pouca gente lembra quem foi Joaquim José da Silva Xavier. Morto em 1792 pelo governo português, inconfidente é lembrado com feriado em todo o país
Publicado em 20/04/2010 | Aniela Almeida
Fatos sobre o mito
Milhares de brasileiros que irão desfrutar amanhã do feriado de 21 de Abril, celebrado em todo o país, não lembram quem foi Tiradentes e o que o personagem histórico homenageado nesta data representou para o Brasil. A história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é contada no ensino fundamental, como parte importante da formação do Estado nacional. Mas a memória muitas vezes não ajuda a lembrar os fatos.
Perguntando a curitibanos ontem nas ruas da cidade, a reportagem ouviu muitas vezes frases como “não lembro” e “não sei”. Além disso, algumas memórias que surgiam estavam erradas. É o caso da barba e dos cabelos longos que aparecem nos quadros clássicos sobre o tema (veja quadro ao lado).
Tiradentes é um dos personagens da Inconfidência Mineira. O movimento, que aconteceu no fim do século 18, foi uma tentativa de revolta da elite mineira contra o domínio português. A execução da derrama, medida que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que fosse preciso confiscar todo o dinheiro e bens do devedor, foi o estopim da rebelião. A ideia era separar o Brasil e Por­tugal. O movimento acabou sendo descoberto e abortado pela Coroa portuguesa em 1789. Tiradentes e os demais “inconfidentes” foram presos e esperaram a finalização do processo durante três anos. Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa (os outros ou eram mais ricos ou detinham patente militar superior, Tiradentes foi o único condenado à morte). Foi executado numa manhã de sábado, em 21 de abril de 1792. Mesmo após a Inde­­pendência do Brasil, em 1822, e durante todo o Império, o mártir continuou como uma personalidade histórica relativamente obscura. Foram os fundadores da República que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade do Brasil, mitificando a sua biografia. Assim, Joaquim José da Silva Xavier tornou-se patrono cívico do Brasil e herói nacional: seu nome está no Livro de Aço, que relaciona o nome dos homenageados através do Panteão da Pátria e da Liberdade, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.


Materia trabalhada em sala de aula.

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