Álcool: doses e danos a mais
O
consumo em excesso de bebida alcoólica traz diversos prejuízos à saúde
bucal, incluindo o câncer. CD pode orientar pacientes contra os riscos. A
questão agora tem atenção especial do governo com lançamento da
Política Nacional sobre o Álcool
Além de poder causar
dependência e de estar muito ligado a acidentes de trânsito e à
violência, o consumo de bebidas alcoólicas pode provocar alterações
importantes na saúde bucal. Segundo a cirurgiã-dentista Maria Carméli
Sampaio, doutora em Estomatologia pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) e consultora científica da ABO na área, o uso excessivo do álcool
causa desde danos mais leves, como mau hálito, perda de elementos
dentários e problemas periodontais, até os mais graves, modificações
celulares, infecções fúngicas, virais, câncer de boca e de esôfago,
entre outros. Quando ocorre a associação entre álcool e fumo, os danos
podem ser ainda piores. "Neste caso, o risco de desenvolver câncer
aumenta em cerca de 100 vezes", alerta Maria Carméli.
Os mecanismos pelos quais o
álcool causa esses danos no meio bucal ainda não estão muito bem
esclarecidos, segundo a estomatologista, mas há evidências sobre eles.
Para Alquait (2002), alguns deles seriam o efeito solubilizante do
álcool, que aumenta a permeabilidade celular aos agentes
|
Estearose do fígado |
Alertar
e aconselhar os pacientes sobre os problemas que o consumo excessivo
do álcool traz para a saúde bucal é imperativo e parte integrante do
exercício pleno da profissão do cirurgião-dentista. A doutora em
Estomatologia destaca que o CD é o primeiro profissional a se deparar
com uma lesão que pode ser diagnosticada como câncer bucal. Mas nem
sempre o profissional recebe uma formação efetiva em Estomatologia, não
conseguindo fazer o diagnóstico de lesões que precisam de exames
clínicos mais acurados. Além disso, a maioria das pessoas também não
está orientada a fazer o auto-exame do câncer bucal. "Assim, muitas
vezes, o paciente só recorre ao CD quando a lesão oncológica já se
encontra em estado avançado, não permitindo intervenções curativas",
finaliza Maria Carméli.
Fonte: http://www.abo.org.br/jornal/107/servico1.php
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